Encenação da Via-Sacra emociona milhares de fiéis

6. April 2008 in Portugues


Vias-Sacras apresentadas por grupos de jovens em Corumbá de Goiás e outras cidades são tão comoventes que continuam sendo solicitadas e concorridas até no tempo pascal.


Portugal (kath.net)
A Semana Santa sempre é um período de grande fervor e intensidade para os católicos. Durante estes dias, os fiéis lotam igrejas, integram grandes procissões e buscam com intensidade as filas de confissões e comunhões, participando ativamente das Santas Missas.

Há várias formas de vivenciar a fé e meditar as angústias e sofrimentos da condenação, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Propondo uma reflexão interior ampla e convidando os católicos a uma verdadeira conversão, a Igreja motiva a participação dos fiéis através de várias atividades evangelizadoras. Conclamando as comunidades à meditação destes mistérios da fé, jovens de várias paróquias produziram a encenação das estações da Via Sacra na Sexta-Feira Santa - tão eficientes e tocantes, que continuam sendo apresentadas a pedido do povo e dos sacerdotes até agora, em várias cidades fora da cidade, em pleno tempo pascal

Assim foi também em Corumbá de Goiás, cidade-berço do estado de Goiás, fundada em 1730 e localizada a 115 km de Brasília. Pela primeira vez, cerca de 60 jovens do grupo "Segue-Me" encenaram as 15 estações da Via Sacra nas ruas históricas do município, tombado pelo Iphan. O percurso iniciou na Igreja São Sebastião e foi até a Matriz de Nossa Senhora da Penha. Aproximadamente mil pessoas acompanharam o trajeto com oração, cantos e meditação. No dia anterior, na Quinta-Feira Santa, durante a Missa do Lava-Pés, os jovens encenaram a Última Ceia e a prisão de Cristo.Foram quase dois meses de atividades. Preparação espiritual dos integrantes, inúmeros ensaios, divulgação, produção e confecção de trajes do período; várias ações marcaram os preparativos para a encenação. Desde a quarta-feira de Cinzas, início do período da Quaresma, direção e integrantes já se mobilizavam para o êxito dos trabalhos.

O estudante de filosofia, Cristiano Rodrigues Ferreira, 21 anos, destacou a importância de uma preparação espiritual. O jovem que interpretou o papel de Jesus Cristo se dedicava, além de decorar o texto, à oração e à meditação, preparando-se assim muito bem interiormente. "É uma interpretação muito difícil e somente com muita oração se alcança a espiritualidade desejada para fazer as pessoas refletirem", comenta.

Na Sexta-Feira da Paixão, às 8 horas da manhã, centenas de fiéis já lotavam a Igreja São Sebastião. A comunidade esperava com grande ansiedade a primeira encenação da Via-Sacra nas ruas históricas do município.A primeira estação, que retrata a condenação e a entrega de Jesus aos judeus por Pôncio Pilatos, foi encenada na própria Igreja. As estações seguintes ocorreram nas ruas do município, que é Patrimônio Histórico Nacional.

A partir da décima estação, o cenário foi em frente à Matriz, Igreja de Nossa Senhora da Penha, santuário construído ainda no século 18 e restaurado recentemente. A encenação no local histórico remeteu os fiéis a uma espiritualidade jamais vivenciada nas Vias-Sacras anteriores. "É uma emoção muito forte. Já assisti muitas vezes a Paixão e o sofrimento de Cristo na televisão, mas ver essa encenação aqui pareceu muito real, me fez refletir e ver o quanto Jesus nos ama", comentou emocionada Antônia Iza Pereira, moradora de Goiânia.

A emoção tomou conta de inúmeras outras pessoas, que enquanto os soldados batiam com chibatadas em Jesus, choravam - como as jovens que interpretavam as mulheres de Jerusalém.Nem o calor e o cansaço, afastaram os fiéis que assistiam atentamente a encenação. O momento em que Cristo morre na cruz foi de grande comoção para todos os presentes. As músicas de meditação e a encenação com Nossa Senhora recebendo Jesus morto em seus braços emocionou muitos, que com lágrimas expressavam a tristeza do momento.Depois de aproximadamente três horas de oração na Via-Sacra, ocorreu a estação da Ressurreição de Jesus Cristo. Entre fumaça e fogos, Cristo aparece do alto, e a encenação lembra que a morte já não tem a última palavra, e que a alegria de Cristo ressuscitado deve mover nossa fé em toda a vida.


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